segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O PROPÓSITO DA GRIPE A

TRANSCRIÇÃO DE VIDEO- CONFERENCIA- GRIPE A

BUENOS AIRES- ARGENTINA EM 20-07-09 NEREIDA FONTES VILELA.


Na realidade, o vírus influenza, só se define se será uma gripe chamada comum ou uma gripe chamada suína depois de estar no organismo. Isso dependerá da necessidade de cada indivíduo.
O que este surto pretende é accionar em toda humanidade a liberdade para agir ou se manifestar segundo o sentimento ou o grau de envolvimento que estiver vivendo.
Um dos propósitos desta epidemia é devolver ao indivíduo a liberdade e o direito de manifestar-se segundo os seus sentimentos, segundo as suas vontades, segundo a sua disponibilidade, sem ter que viver o compromisso de cumprir uma performance ou de mostrar-se sempre emocionalmente resolvido.
Esta gripe está trabalhando em todas as pessoas, nas que fazem sintoma como nas que não adoecem, a recuperação da capacidade de ser transparente e a liberdade para escolher seus envolvimentos e de que maneira se envolver.
O objectivo é desenvolver as funções dos seios paranasais que procuram, estabelecer relações mais intimas, mais profundas e desenvolver autenticidade dentro das relações.
Então, este é o propósito da gripe, libertar em todos o direito de manifestar-se e de participar conforme os sentimentos vividos em cada situação, sem necessitade de manter-se ou parecer indiferente, sem a necessidade de fazer cara de paisagem.(estar sempre com a mesma expressão, independente do que se sente) Sem ter que estar no social repetindo o comportamento dos outros, e recuperar o direito de escolher, quando, como e com que intensidade se quer viver as situações da vida. Cada indivíduo que faz o quadro ajuda toda humanidade nessa conquista. Cada pessoa próxima a nós que desenvolve gripe comum ou gripe suína modifica seu código de DNA e influencia todos à sua volta. Por isso que se chama influenza.
Então JC considera importante que todos nós participemos do desenvolvimento dos seios paranasais porque se o fizermos, diminuímos a necessidade de que hajam pessoas contaminadas com esta doença. A relação é directamente proporcional. Aqueles que contraem a doença desenvolvem os paranasais dos outros e quem trabalha o próprio paranasal diminui o numero de pessoas que precisarão fazer sintomas. É uma troca justa. Se participamos diminuímos a força da epidemia.
É importante lembrar que mesmo aqueles que estão manifestando gripe comum estão participando efectivamente do mesmo propósito e o influenza só se modifica para sua característica porcina dentro do organismo. Por isso os cuidados que se está tendo para evitar a disseminação precisam ser revistos, porque aqueles que estão com a gripe suina, estão sendo estimulados a desenvolver contactos mais íntimos. Então o grau de recolhimento ou isolamento que está sendo sugerido precisa ser melhor observado, porque se o indivíduo fica isolado e o corpo está trabalhando para que se experimente envolvimento verdadeiro, cria-se uma resistência ao desenvolvimento desta proposta. Não quer dizer que o isolamento não seja necessário, mas é importante que as pessoas não se sintam discriminadas. Então mesmo que isoladas as pessoas que estão à sua volta precisam oferecer muito carinho ao invés de medo.Porque assim o indivíduo que está vivendo oficialmente este processo pode se emocionar com sentimentos positivos e o influenza consegue o seu propósito, podendo voltar para as suas férias… o indivíduo se cura e sai do processo muito mais humanizado do que antes. É um bonito propósito.
Aqueles que não fazem a sintomatologia da gripe suína também estão desenvolvendo em si e para toda humanidade o mesmo propósito, só que essas pessoas, provavelmente vivem essa autenticidade afectiva em um grau maior do que aqueles que evoluem a sintomatologia suina.. Mas fazem parte do mesmo grupo.
Parece que a vida resolveu que este é o momento de se desenvolver liberdade para a experimentação da emoção que se estiver vivendo, sem quaisquer preconceitos e sem o compromisso de estar segundo a conveniência. Me parece muito bom, que todos nós participemos disso. Estão disponíveis?Que bom!!!
Podemos fazer medicina preventiva praticando espontaneidade e se não for possível, pelo menos que não haja uma expressão que a substitua, que nuble aquilo que a gente sente. É melhor não se expressar do que substituir ou se condicionar.


Terapêutica
Para fortalecer o sistema imunitário:
Além dessa pratica da autenticidade, podemos fortalecer o nosso sistema de imunidade com a água da cebolinha.( em Portugal chama-se cebolinho) É importante conseguir a cebolinha com o seu bulbo, com aquela parte branca de onde partem as raízes,e que não é comum encontrar nos supermercados. A indicação é meio bulbo, a metade inferior do bulbo cortado em rodelas bem finas, sem as raízes em um 1/3 de copo com água na temperatura ambiente. Deixa-se as rodelinhas na água durante pelo menos 40minutos e vai-se ingerindo essa água em pequenos goles uma vez ao dia por no mínimo de dez dias seguidos. Ou se utiliza meio bulbo para uso diário ou um bulbo inteiro para uso a cada três dias. Eu prefiro que se faça uso diário e é bom que a cebolinha não tenha passado pelo frigorífico, por isso não dá para comprar grande quantidade, porque ela se perde e também não pode conservá-la em água, porque a água da conservação absorve o principio activo do bulbo. É conveniente ir adquirindo pequenas quantidades para que o consumo possibilite 100% do aproveitamento.


Para os seios paranasais
1l de água, assim que ferver tirar do fogo e acrescentar as folhas da planta
se for seca, usar 1pega
(1 pega é tudo que as pontas dos dedos consegue pegar)
Se for fresca , usar menos que 1 pega, conforme o coração…
Se for tintura, usar 11 gotas


Outro recurso que JC orienta, é a terapêutica especifica para os seios paranasais, que é a inalação preparada com salva ou com malva. A salva é mais poderosa do que a malva. Cada indivíduo faz a sua inalação cuidando de respirar o ar húmido numa temperatura quente prazeirosa, não é bom que se aspire o ar muito quente. Então espera-se que a água fervente fique numa temperatura prazeirosa e a indicação é de que se faça no mínimo onze inspirações. Onze significa o 2ºcentro de força que é o centro de força que desenvolve as relações actuando sobre o 4º centro de força que emocionaliza as relações e que é o grande gerente dos paranasais.
Entenderam a conta? De 1 à 7 é o primeiro centro que rege, a partir do 8 é o 2ºcentro. 8 é o 2ºcentro no 1ºcentro de força, 9 é o 2ºcentro nele mesmo, 10 é o 2ºcentro regendo o 3ºcentro de força e 11 é o 2ºcentro regendo o 4ºcentro que é o coração. Então o 11 é a potencia dos paranasais, e 11 inspirações estimulam a vivência literal do envolvimento segundo as emoções....
Claro que todos nós precisamos respeitar as regras de preservação, não temos que ir buscar o influenza, mas o nosso sistema de imunidade sabe se somos ou não parte do grupo que evolui o processo sintomaticamente ou não. Como podemos não ter a certeza a qual grupo pertencemos e sabemos que mesmo não gripados podemos colaborar, é preferível fazer o processo de auto- desenvolvimento e tornar desnecessária a manifestação da gripe.
Mas se a gripe for necessária que se faça por amor a nós mesmos, porque se se vive este tipo de experiência, todas as relações serão vividas com mais amorosidade, mesmo que o sentimento predominante seja o ódio; porque em respeito a nós mesmos, vivemos esse sentimento, assumimos o que sentimos e isso permite que se manifeste o grau de envolvimento que se tem.
A honestidade se realiza, não necessito que o outro viva os efeitos dos meus sentimentos. O propósito é que cada um assuma seus sentimentos sejam quais forem e vivendo segundo eles, viva o amor.
Segundo o pensamento dos mestres só existe um sentimento: o amor. Todos os outros são partes do amor, não importa se estão na nossa lista de emoções aceitáveis ou na lista das emoções condenáveis, tudo é parte do amor.O que define a maneira que a gente vai viver a qualidade de amor que estiver vivendo é o grau de honestidade que é praticado consigo.
E para desenvolver a honestidade em relação aos sentimentos que se vive é que o influenza foi convocado, para que ajude ao nosso sistema a reorganizar-se em cima da liberdade e promover o desenvolvimento sutil das funções dos paranasais.
Nós brasileiros,principalmente no sul do pais, vocês na Argentina, parecemos ser o grupo que neste momento está processando de forma mais intensa essa proposta. A cada tempo o foco de desenvolvimento se concentra em um lugar, no máximo em três lugares. Vocês são agora um foco importante, vocês e o sul do Brasil. Em algum momento será a minha região ou outro país.É preciso viver isso com orgulho. E sempre serão seleccionados os mais capacitados para que o processo possa se instalar como uma verdade para esses tempos.


pergunta- Porquê há tantas mortes com esta gripe?
A informação que tenho é que as mortes não são tantas assim. Na proporção de indivíduos infectados até que não é tão grande, mas em todo o processo epidêmico existem aqueles que já estariam com a sua organização de vida, com o seu tempo limitado e o movimento de morte já era uma necessidade para eles.
Provavelmente nesses indivíduos o processo de restauração dessa qualificação foi ainda mais fortemente desenvolvido, por isso o tratamento preventivo do sistema imunitário é compreender que a gripe suína não tem um tratamento especifico, vocês têm consciência disso? Quem vai decidir com que gravidade o organismo vai viver é a condição do sistema imunológico de cada um. E segundo a crença da leitura corporal se o poder de imunidade está baixo isso quer dizer que o indivíduo está vivendo pouco a sua identidade. Ele está se deixando muito orientar pelo externo, está sem autopreservação. Seria através do influenza modificado ou através de um outro instrumento, mas o processo de impotência física e o estado anterior de estar muito misturado com o de fora já existia e aquele indivíduo se propôs a conseguir isso através desse momento que se chama gripe suína, mas ele poderia fazê-lo através de qualquer outro instrumento.


pergunta- Dizem que o Tamiflu é um medicamento à base de anís estrelado, devemos usá-lo?
O anis estrelado é muito bom, porque segundo a leitura corporal ele ajuda o indivíduo a liberar os gases intestinais, que são emoções vividas, mas não expressas. Então por essa via o indivíduo é estimulado a criar movimentos com os seus sentimentos. Adorei a ideia.
O laboratório Roche captou a ideia , fizeram um grande negócio, quem é esperto ganha dinheiro.


Para mobilizar a energia dos intestinos
Podemos aproveitar a ideia e associar o anis ao tratamento que dei da água da cebolinha, da malva e da salva. Podemos usar tintura mãe de anis estrelado e colocar onze gotas em 750ml de água e beber toda essa quantidade de água ao longo de um dia, em pequenas doses, nunca de uma só vez e observa-se a função intestinal. Faz-se um intervalo de 3 dias e repete-se o procedimento até no máximo 4 vezes se sentir necessidade.O intestino é de 1º centro, por isso seria de 1 a 4 dias, mas é importante usar 1 dia e observar a função intestinal
Um dia, pára 3 + 1dia pára 3+ 1 dia pára 3 + 1 dia
Ou o chá, a infusão do anis estrelado ou simplesmente mastigar a estrela do anis. Mastiga deixa a mucosa da boca absorver e não engole,cospe a fibra.
Uma infusão é uma chávena de água já fervendo para 1 pega de anis. Como é para trabalhar aconchego é bom que esteja de morna para quente. Gostei muito da ideia de mexer os intestinos, porque na realidade se abre espaço dentro do corpo para que o indivíduo actualize suas emoções. Ele elimina a antiga forma de sentir, isso aumenta a possibilidade de se expressar de forma mais autentica.


Pergunta: Como vês a ideia de se querer vacinar toda a população de alguns países europeus?
Eu soube, que a Inglaterra fez a escolha de não vacinar, porque entenderam que o efeito seria semelhante a essa vacina ante gripal comum. Ou seja, aqueles indivíduos que precisam viver o processo vão estar ainda mais vulneráveis. Então se por acaso se infectam provavelmente a sua sintomatologia se fará mais severa. A postura da leitura corporal em relação às vacinas é o desejo do coração. Se o indivíduo sente que deve vacinar e fica mais tranquilo consigo tendo tomado a vacina não há nenhum problema.


Para evitar os efeitos nocivos das vacinas


Para evitar os efeitos energéticos não agradáveis da vacina, sugerimos o uso de Thuya no 17CH. Usa-se três dias antes, no dia da vacina não se toma e três dias depois 3 glóbulos 3 vezes ao dia,e é um instrumento de grande auxilio para o corpo. A escolha de se vacinar todo um território, todas as pessoas é claro que torna turbulento o fluxo dessa energia, mas a pior turbulência é aquela provocada pelo medo das pessoas e pela insegurança pessoal. Então é melhor estar atento, participando com consciência do processo do que resistir a um movimento que pode evitar o caos. Não tenho nada contra a vacinação. Embora sugira a muitas pessoas que não se vacinem se elas não sentem o desejo de vacinar. O mais importante é o estado de segurança, é se sentir seguro. Se precisar da vacina pra isso que seja.
E dentro da nossa crença um indivíduo que precisa viver a resolução de um processo através de um quadro clínico especifico, não é o fato de ter-se vacinado que vai evitar. Pode não desenvolver aquele quadro, mas fará algum outro sintoma similar. Então que seja. .


pergunta: Como vamos ficar depois deste processo?
Transparentes, vai ser muito mais difícil para a humanidade mentir ou despistar. Isso vai ser interessante,embora muitas vezes constrangedor, mas interessante. Porque se conseguirmos alcançar esse estágio o instrumento da cara de paisagem não vai conseguir funcionar mais, teremos que praticar autenticidade a qualquer preço. Acho que vale a pena.


Pergunta: Os recursos de protecção que têm sido aconselhados, são mesmo necessários?
Ajudam na medida que geram segurança.. mas se a mucosa nasal estiver protegida com a salva ou com a malva, potencializa a defesa usada pela máscara mil vezes. Lavar a mão com álcool, eu não entendo muito, para mim não faz muito sentido. Porque a pele inteira faz parte do sistema respiratório. É porque existe uma preocupação que o tocar as áreas das vias respiratórias com as mãos contaminadas favorece o processo de contaminação. Para mim é só um recurso a mais de auto-protecção, porque a pele tem difusão. Então, não está restrito às mãos. É só parte da conquista de segurança, se isso gera segurança está bom. Se isso está bom, se dá segurança andar de cócoras, está bom. Andar para trás, está bem, nenhum problema. Entendem o que eu quero dizer? Se não usar esses recursos, inibe no indivíduo o movimento de estar envolvido e se objectivo é desenvolver o envolvimento, então que se use o recurso de auto-protecção e defesa que se tiver. Compreendem não será isso que irá impedir e nem vai ser isso que vai provocar no indivíduo maior vulnerabilidade. Mas não tem nenhum problema de lavar as mãos, depois passa um creme. Usa um creme de aloé ou passa água de alface, porque a alface também traz a vibração da relação aconchegante. Vocês sabem preparar? 2/3 de um copo de 200 ml com água, folhas de alface do tipo repolhuda. Retira a parte mais grossa do talo sem separar os dois lados da alface. Vai colocando folhas dentro do copo até que a água chegue no limite do copo. Deixe de repouso por trinta minutos. E depois vai tomando aos pequenos goles ao longo de um tempo do sol. Ou de seis da manhã ao meio dia ou de meio dia até as seis da tarde ou das seis da tarde até a meia noite ou de meia noite as seis da manhã. Mas a magia precisa que aquele liquido seja tomado dentro dos tempos. Então se eu escolho tomar no primeiro tempo que é de seis da manhã a meio dia eu não posso tomar o ultimo gole ao meio dia e meio, eu tenho que tomar até o meio dia. E não se tira as folhas de alface do copo. De tal forma que as doses mais potentes sejam as ultimas.


Nereida se despede do grupo com aplausos…E estamos muito agradecidos pela bênção deste momento.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Leitura Corporal em notícia....

Sugerimos os seguintes artigos

Clevane Pessoa sobre uma conferência de Nereida Vilela

Sobre a Inveja! Um artigo de Nereida Vilela

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Saúde e Doença

A saúde decorre da expressão livre do interno, do uso dos dons e talentos peculiares, da criação e recriação contínuas de novas possibilidades de crescimento e evolução. A enfermidade, perda do estado de saúde, surge do automatismo das reações e da rigidez comportamental.

O Homem, o SER sob a forma humana, Energia Individualizada em busca de evolução, vive e reconhece diferentes qualidades de sensações, emoções e sentimentos. A cada experiência vivida, reage de forma diferenciada, variada e absolutamente singular.
A experienciação - o sentir e conhecer através da experiência vivida - resulta da movimentação seqüenciada de impulsos emanados dos Centros de Força ou Chakras. Esses impulsos, específicos e de natureza vibratória, nascidos dos desejos e necessidades do SER, são acolhidos e ressonados pelas estruturas corporais compatíveis com aquela vibração. Ganham concretude e forma e transitam por segmentos corporais afins, estabelecendo relações diretas entre eles. As estruturas e os segmentos traduzem os impulsos e estimulam as reações biológicas e físicas, a percepção e a ação que permitem a satisfação daquilo que foi desejado.
Cada indivíduo identifica e utiliza os impulsos vibrados pelo seu Interno, de acordo com os estágios de presença, percepção, interpretação e liberdade expressiva que já tenha alcançado. Ao viver e expressar adequadamente o que foi sentido, o indivíduo evolui e transmuta cada impulso. Através da ação, retorna o movimento ao Cosmos, realimenta o SER, auxilia a todos que comungam daquela experiência, aprimora-se naquela função e contribui para a expansão do Universo pessoal e coletivo.
Para a conquista da saúde, é necessária a expressão original e espontânea dos impulsos emanados pelo SER. A saúde, um estado dinâmico de equilíbrio, decorre da livre expressão dos impulsos, do uso dos dons e dos talentos peculiares, da contínua criação e recriação de novas possibilidades de crescimento e evolução. A saúde resulta da experiência do sentimento de integridade e de presença lúcida em cada momento, do exercício pleno dos propósitos e desígnios da própria Essência.
A sensibilidade, uma condição inata de percepção, é o elo entre o Ser Humano e sua origem espiritual. Preservar a sensibilidade, experienciar e ampliar o uso desta capacidade que conduz à verdade humana em todos os planos da existência, é essencial para a manutenção do estado de saúde.
Cada etapa de evolução objetiva o desenvolvimento de qualidades e potencialidades específicas. Para estimular o próprio desenvolvimento, o SER pode escolher pela presença de disfunções, de limites à sua saúde. Estes limites não restringem as possibilidades de exercício e desenvolvimento da sensibilidade. Pelo contrário, incentivam a qualificação e o aprimoramento de habilidades até ali pouco utilizadas ou não manifestas. O que reprime, desestimula e congela a sensibilidade é a aceitação dos limites impostos à expressão espontânea e das regras justificadas pelas influências históricas, hereditárias, ambientais ou da educação que, desde a concepção, impõe obstáculos ao indivíduo.
As sensações, emoções e sentimentos - expressões da sensibilidade - constituem a chama que alimenta o indivíduo e a Humanidade, que desperta a singularidade e significância de cada vivência. São os sinais que orientam e favorecem a conquista da paz, da adequação, da alegria, do prazer... da saúde.
No esforço pela manutenção da saúde, é habitual que se busque o equilíbrio na adaptação às necessidades e exigências do mundo externo. Este movimento leva ao esquecimento de que o verdadeiro equilíbrio emana do Interno. Faz com que o indivíduo se adapte à "estabilidade" que adquire quando, aceitando a condução externa, conquista a aprovação dos seus atos. Estimula a adoção de regras de convivência e de boas maneiras que garantam, ainda que aparentemente, segurança, aceitação e "amor". Por cultivar comportamentos que satisfazem mais aos outros do que a si mesmo, o indivíduo se impõe a inibição de vontades, restringe a sua expressão e criatividade e se utiliza, predominantemente, do intelecto e da racionalidade - funções do Corpo Mental.
Neste processo, o desejo, o sentir e o pensar passam a ser traduzidos e utilizados de forma diferente pelo mundo interno (a Pessoa) e pela interface do SER com o mundo externo (a Personalidade). Esta diferenciação gera distanciamento entre o que se deseja e o que realiza e este distanciamento se expressa como enfermidade.
A enfermidade, a perda do estado de saúde, surge do conflito entre a Pessoa, que busca a expressão plena dos impulsos, e a forma de expressão alcançada ou permitida pela Personalidade. A Pessoa objetiva a continuidade do ser, a evolução contínua, o "vir a ser" como forma de aprimorar e fortalecer a identidade. A Personalidade, na busca da "estabilidade", teme a evolução, teme perder a aparente aceitação e opta pela inércia, escolhe "não ser", cristaliza-se numa individualidade já conhecida e segura.
Ao aceitar o predomínio da postura da Personalidade, o indivíduo estabelece a desconexão de si mesmo, desobedece ao desejo espiritual de "ser", nega o impulso de evoluir a partir do contínuo "vir a ser".
Desta forma, pela dependência da validação externa e por resistir à aceitação dos próprios desejos e necessidades, o indivíduo mantém os Corpos Mental e Emocional em desarmonia. O Corpo Físico, plasmado diretamente pelo movimento da energia, reage discreta e evolutivamente ao desequilíbrio dos planos sutis.
O Corpo Físico, constantemente em mutação, é produto da materialização dos impulsos que constituem e se movimentam nos Corpos Sutis. Esses corpos vibracionais respondem aos anseios do SER e estimulam vivências que pretendem evoluir a história pessoal além dos níveis já estruturados, reconhecidos pela racionalidade ou aceitos pela Personalidade.
A função básica do Corpo Físico é ser o instrumento de manifestação e concretização dos desejos e das vibrações sutis. É também o instrumento que favorece a criação e possibilita o experimento, o aprendizado e a qualificação das capacidades e potencialidades que o SER escolheu desenvolver. É nele que se registra a insatisfação, quando não há a expressão adequada de um impulso já em movimento.
A insatisfação surge quando um impulso primário, reconhecido e nominado, é negligenciado pela Personalidade. A desarmonia, a distorção do Fluxo de Energia, se instala a partir das repetidas tentativas de expressão do impulso não satisfeito ou da emissão de impulsos idênticos, num esforço de conquista da aceitação e validação de uma necessidade vital, do desejo de expressão livre de um sentimento. Esta condição causa turbulência nos Corpos Sutis, induzindo a materialização e sedimentação do impulso no Corpo Físico, sob a forma de tensão.
Como o propósito do interno é viver a experimentação, quando o impulso ou o desejo original não é satisfeito, são mobilizados novos impulsos que ativam outras áreas corporais, funções ou estados mentais que traduzam as mesmas necessidades de maneira mais aceita pela Personalidade. Da repetição deste mecanismo, resulta a estruturação e adoção dos jogos de comportamento, a construção de posturas que tornam o indivíduo distanciado de si, mas adaptado ao meio.
O distanciamento entre Pessoa e Personalidade, o automatismo das reações, a rigidez na experienciação e o impedimento à expansão da energia emanada do Interno serão manifestos como enfermidade. O adoecimento se fará, então, superficial ou profundo, agudo ou crônico, incapacitante ou não, leve ou grave, neste ou naquele órgão ou estrutura, de acordo com o tipo ou grau do desequilíbrio e do processo vivido pelo indivíduo.
Os distúrbios são sempre uma forma de purificação dos desequilíbrios, uma tentativa sadia de reencontrar o caminho, a saúde dos pensamentos, sentimentos e ações. Por mais grave e limitante que pareça ser, a doença objetiva movimento, continuidade e crescimento, jamais a estagnação, a passividade e a acomodação.
As manifestações do adoecimento são múltiplas e, ainda que os sinais percebidos tragam significado similar, a infinitude de variáveis evidencia a singularidade dos processos e mostra a necessidade, para que haja compreensão daquela manifestação, de que se estabeleça contato com a experiência de vida do indivíduo e seu universo.
Embora o adoecimento se inicie e seja precocemente sentido, vivido, nos planos sutis, o habitual é que só se valorize os sintomas quando as alterações se instalam já como um quadro clínico, quando já evolui lesão celular.
Quando a doença se caracteriza no Corpo Físico, o indivíduo já experiencia o último estágio do processo do adoecer, já vive o início do movimento de purificação, de reorganização comportamental consciente para o reencontro com a saúde.
O processo do adoecer pode ser acompanhado observando-se as peculiaridades sutis de suas manifestações, as alterações comportamentais, os níveis de susceptibilidade do indivíduo, o desenvolvimento inadequado das funções corporais ou mentais e as variações na forma estética e funcional do Corpo Físico.
Toda doença traz a síntese da biografia do indivíduo. É um sinal de que, no desenvolvimento da trajetória pessoal, aconteceram distorções que afastaram o indivíduo de seus propósitos originais e que os comportamentos e posturas adotados necessitam ser conscientizados e reavaliados, para que se reconquiste a adequada fluidez da expressão.
O indivíduo compreende e aproveita o adoecer quando localiza, dentro de si, as informações que favorecem a conscientização e o entendimento daquela situação, quando aprimora a percepção de si mesmo e revive a seqüência de fatos, situações e sinais que a doença lhe traz.
A consciência do fio que seqüencia e torna coerente a existência faz com que ele ultrapasse os limites da noção de espaço e estado físico, se projete na concepção de tempo e continuidade, de valor e significado e perceba sua interferência nos planos sutis e a atuação destes planos Espirituais na organização de seu cotidiano.
O SER é atemporal. Isto permite que o presente seja vivido tanto no passado quanto no futuro e sintetize a experiência do passado e do futuro em cada momento.
A aceitação da atemporalidade - o entendimento de que o processo de evolução envolve experiências anteriores, atuais e futuras - favorece a percepção de que a busca da saúde deve se desenvolver no respeito e aproveitamento da capacidade de compreensão e síntese do Corpo Mental.
A predeterminação de valores inibe os movimentos de procura e identificação de mecanismos próprios de expressão e de manifestação do interno, de determinação do que é qualidade de vida para aquele indivíduo. A preconceituação retarda a evolução e limita o entendimento das experiências vividas, determinando a necessidade de surgimento, recidiva e evolução de sintomas, como um alerta para o distanciamento entre o que vem sendo internamente desenvolvido e reformulado e a forma como é assimilado e exercido pela Personalidade.
Cada indivíduo tem um tempo próprio e essencial de evolução. As manifestações corporais se instalam porque nem sempre é possível aguardar o tempo que a racionalidade exige para a elaboração dos processos internos. Se necessário, são mantidas para que o indivíduo possa reconhecer, no dia a dia, suas falhas comportamentais e estruturais.
O processo de evolução só acontece quando há a criação e elaboração de mecanismos que, se aceitos pela Personalidade, favorecem a revisão e reformulação consciente dos comportamentos cotidianos. Para que ocorra a evolução, é necessário a percepção, no concreto, de cada um dos sintomas e dos movimentos que inibem o exercício da identidade e da individualidade.
A saúde e a patologia se constróem no cotidiano. A forma de construção da patologia demonstra o nível de consciência já alcançado pelo indivíduo e sinaliza os patamares que podem ser atingidos através daquele adoecimento. É fundamental que o indivíduo compreenda cada um dos fatores que dirigem sua vida atual como reflexo de vidas e experiências passadas e procure evoluí-los segundo o sentir do "aqui e agora".
Os olhos necessitam ver, a mente necessita entender... é básico que se desenvolva o sentir para que cada Pessoa evolua dentro da possibilidade de sua Personalidade e de sua Alma!
Sentir e compreender é caminho de conscientização e de cura. A evolução do SER se faz através do contexto vivencial, da estrutura comportamental e da Personalidade, instrumento que possibilita sua expressão. Tornar nítido e preciso o sentimento do aqui e agora é estimular o reconhecimento, no concreto, das experiências, dúvidas e restrições que, embora dificultem o processo evolutivo e dêem origem ao adoecimento, levam o indivíduo ao desejo de cura.
Perceber-se no exercício de construção do cotidiano, observar os efeitos da própria atuação, entender que cada ação espelha a tradução do que se acredita ser, identificar os limites e o controle impostos aos sonhos, fantasias e idealizações, evidencia as qualidades, as capacidades e os erros, permite o auto conhecimento, estimula o estado de presença e favorece a conquista da liberdade de ser no cotidiano individual e no partilhar coletivo.
Não há cura sem consciência e a consciência deriva do conhecimento do momento presente!
O SER necessita que a Personalidade participe com segurança do dia a dia e que use de todos os seus mecanismos de expressão para que a evolução aconteça. Os processos evolutivos se fazem no simples, no bucólico, no que está dentro do homem, nos movimentos comuns à experiência diária. O movimento é sempre de expansão e a consciência se amplia a cada momento vivido.
O reaprendizado e o exercício do conhecimento e do convívio com o corpo, a leitura e entendimento de suas manifestações, é instrumento para a prevenção e evolução da saúde nos planos físico e sutis. Cada sinal, sintoma, doença ou conformação física traz sua significância e permite a identificação do desequilíbrio, apontando o caminho para o reequilíbrio, clareza, compreensão e assimilação do processo vivido.
O retorno ao estado de saúde, a essência da cura e do crescimento, é a redescoberta do interno, a expressão plena das emanações do SER, a harmonia e integração entre o que a Pessoa sente e necessita e a ampliação contínua e aprimorada dos instrumentos com que se expressa a Personalidade.

Elaboração: Nereida Fontes Vilela e equipe
Fonte: SEJA! Leitura Corporal em Revista - Edição nº 1 – Fevereiro / 2000

domingo, 7 de setembro de 2008

Compreendendo a Leitura Corporal II

A angústia do Curador
A angústia de quem estimula a cura

"Diante da vida, ao olhar céu e terras, vejo um caminho de muito transitar.
Nada há que justifique o passo que não seja possível aqui, que não possa ser vivido aqui.
Todo passo é próprio. O que se carece é de coragem para o andar.
Não há mistério. É preciso coragem.
Ainda que não se veja bem a trilha, um passo só é seguro depois do outro.
Não há risco em caminhar. O risco é de estagnar.
Nada perco se faço o caminho. A dor que sinto é de perder o que já não tem mais sentido.
Não há como manter o adoecido.
Só resta a opção da cura.
A doença em si não se mantém estagnada.
É da sua essência o movimento de retorno à evolução.
A estabilidade mantém a doença como está, boicota o primum movens da vida.
A estagnação não resiste ao passo da vida, assim como não é possível estagnar e ser feliz.
O movimento é a vida. O coração é a vida.
O que se move, é!
Não quero mais parecer satisfeito, não quero mais a falsa saciedade.
Não quero mais o vazio falsamente preenchido.
Quero o que é meu de direito, aquilo que me provê e sacia.
Não quero mais o que não quero e só no vazio me mantém.
Quero me preencher de verdade, da verdade de ser o que Eu Sou!"
Euder Airon


O estudo do processo do adoecer conduz à constatação de que o adoecimento se manifesta sob múltiplas formas e que, ainda que os sinais e sintomas expressos e percebidos revelem significância similar, a infinitude das variáveis evidencia a singularidade dos processos. Para que haja compreensão destas manifestações, o indivíduo e aquele que se propõe a ajudá-lo necessitam estabelecer contato com a experiência que está sendo vivida e com os universos individuais.
É necessário entender que o homem tem se voltado para o reconhecimento e valorização do sentir, das sensações e do seqüenciamento dos sinais que, até então, lhe pareciam insignificantes ou desprovidos de sentido. É necessário respeitar o processo de evolução da humanidade, entender que o homem evolui através de uma trajetória pessoal e coletiva e aceitar que, para que se mantenham válidas, as diversas propostas terapêuticas devem acompanhar as etapas de maturação do humano.
Para que uma ação seja verdadeiramente terapêutica é necessário que o indivíduo, progressivamente, desenvolva o entendimento, a compreensão e a aceitação dos próprios processos e que o terapeuta ative sua capacidade de contactar e desenvolver o seu interno e o processo pessoal de evolução, condição essencial para a percepção e entendimento da dor do outro. Estas capacidades permitem a conquista do sentir partilhado e integrado e proporcionam fluidez à ação terapêutica.
Não adianta, ao curador, abordar e explicar a origem do adoecimento com uma linguagem ou técnica que vá além do alcance do olhar do indivíduo. Para quem busca ajuda, a origem da dor está sempre naquele momento, na doença que o levou à busca. Para muitos, nada existe além daquilo que se pôde ver e perceber.
Para que o indivíduo possa validar e aceitar a transformação ou cura, a terapêutica deve ser orientada pela dor que foi vista, que se vê ou se projeta e tratar, principalmente, o que foi materializado naquele momento.
Não há como esperar que o movimento de expansão da consciência aconteça de forma imediata. Cada indivíduo tem o seu tempo essencial de evolução e necessita deste tempo para a elaboração, assimilação e aceitação sensorial e mental, para o reconhecimento dos padrões de comportamento e reformulação comportamental, para a identificação e correção das causas prováveis daquela manifestação doentia.
O tempo é individual e a percepção do tempo é pessoal!
Para aproveitar o adoecimento, o indivíduo precisa sentir e ver, no concreto, a evolução e a transformação de cada um dos sintomas e dos passos que, até ali, distorceram sua individualidade. É necessário entender que as escolhas espelham o que se percebe e pretende para si, reconhecer o curso do adoecimento, chegar ao porquê da instalação dos sintomas e se redefinir por escolhas e posturas que resgatem a saúde. Para que se instale a saúde, é fundamental que se viva o desejo de cura ... desejo que irá nascer do reconhecimento das escolhas inadequadas.
Todo processo de evolução e cura pertence ao indivíduo!
O que se pretende é que o indivíduo reconheça, através da força do seu interno, da compreensão das etapas de sua evolução, da ampliação de consciência proporcionada por suas dificuldades, que pode atingir o patamar de consciência que torna o adoecimento desnecessário. No processo da cura, a energia doente é transmutada e evoluída. Mas o desejo, o anseio, é de que a evolução seja ainda maior e que haja expansão da energia de vida. Quando a cura se instala em todos os níveis é, em totalidade, aproveitada pelo Universo.
Pode-se, então, ter a certeza de que o indivíduo reencontrou sua trajetória evolutiva, que assumiu a sua história, sua estrada e que segue por ela, com passos próprios, ainda que lentos ou eventualmente desviados. Pode-se ter a certeza de que, no ritmo e na velocidade do seu passo, ele irá adentrar, apropriar-se e evoluir seu processo de vida, relacionando cada momento à existência presente e ao momento imediatamente anterior, que depois será relacionado ao momento ainda anterior e, gradativamente, irá atingir o cerne, a compreensão global da sua história.
A ação que intenciona a ajuda deve estimular o indivíduo à conquista e posse da chave que o integra à sua trajetória, ao entendimento pleno e à incorporação do poder de cura e harmonização que lhe é próprio, único, como é única a essencialidade de cada Um.
O papel do verdadeiro Curador é ajudar o indivíduo na reconstituição de sua história para que, ao entender cada etapa, possa ele mesmo reencontrar sua trajetória. É papel do curador agir a partir do olhar do paciente, ter a honradez de atuar a partir daquilo que o outro vê, ouve, percebe, sente e reconhece como verdadeiro, aceitando a ampliação do conhecimento que o conhecer mútuo oferece. É preciso que o curador experiencie, estimule e compartilhe com quem o busca, a alegria da responsabilidade pela vida, pelo processo de cura, pelo contato com a luz interna e com a razão de ser.
Angustia-se muito o Curador que se faz como único responsável pela cura do outro, pela vida, evolução e saúde de quem o procura. A angústia pode resultar da obrigatoriedade de se caracterizar como competente e disponível, de medicar, orientar e reconduzir ao equilíbrio as pessoas que se desviaram, limitaram ou se impediram pela própria angústia.
Quanta angústia daquele que assume o compromisso de curar quando deveria estimular autocura!
Quanta dor!
Como cuidar da dor sem assumir a própria dor? Que pretensão é essa de negligenciar o próprio sofrimento e vestir a máscara de ser capaz de sanar o sofrimento do outro? Quantos terapeutas trazem dores e males semelhantes à dor de quem busca sua ajuda e negligenciam a oportunidade de se conhecer enquanto ajudam o outro?
Quanta insegurança!
Quantos terapeutas conseguem dar ao outro a resposta, indicar a trajetória da vida e não conseguem, na sua vida, trilhar a trajetória que ditam?
Quão difícil é vestir a máscara da segurança e ir à frente de batalha, usando do poder de interferir no processo curativo, assumindo a responsabilidade pela vida do outro, sentindo-se obrigado a dominar um conhecimento que tem a pretensão de salvar vidas e reduzir a angústia...
Que angústia por errar e não conseguir obter a cura!
Quanto sofrimento contemplam! E quase nunca se lembram de que o insucesso terapêutico pode não ter sido causado pelo erro e que esta pode ser a trajetória que o outro escolheu viver. Os erros existem. Erra-se, mas não é pelo erro ou pela incapacidade do Curador que uma doença persiste. Existem situações que são do momento e da necessidade do angustiado pela dor, situações em que o processo corporal é necessário, é veículo para que o indivíduo conquiste formas de liberação e drenagem de toda energia estagnada.
A maioria dos curadores abdica do direito e da condição de humano... Alguns, porque entram no processo de total doação; outros, porque transformam o conhecimento em poder e domínio e ainda outros, porque usam do conhecimento para sublimar as próprias dificuldades. Independente de como utilizam os conhecimentos que poderiam levar os indivíduos à cura, é muito grande o peso da responsabilidade, o compromisso e a angústia vividos por esses curadores.
É preciso que entendam que são livres!
Os curadores são orientadores de prováveis trajetórias para a vida. É verdade que, quando se dispõem à ajuda, a partilhar aquilo que, para o outro, é a fragilidade maior, precisam ter domínio sobre o conhecimento, precisam estar firmes, confiantes, com capacidade suficiente para definir e agir. É também verdade que a sua atuação pode salvar vidas... mas que não se esqueçam: são veículos!
As vidas salvas, salvam-se porque é merecimento, porque a experiência é necessária à evolução do outro e à evolução do terapeuta. É pretensão acreditar que um homem salve outro homem; um homem pode ajudar um outro homem a encontrar os caminhos que lhe salvam a vida.
O mérito é da vida!
O mérito é da Alma que, através da ajuda sincera, consegue se manter em movimento, exercendo a expressão da verdade que alimenta, equilibra e cura.
Este entendimento não reduz o compromisso com a vida, não diminui no curador a sua responsabilidade, não impede que se sofra pela dor do erro. Esta percepção aumenta o compromisso com a Nova Era, com o novo momento, com uma nova Medicina. Aumenta a necessidade do estudo, do entendimento pleno, da evolução dos conhecimentos, da busca incessante de espaços internos para que, da consciência adquirida, brotem as capacidades inatas, a sensibilidade e o uso adequado dos próprios potenciais.
É preciso que o Curador abandone a prepotência da ação que se baseia apenas no que é raciocínio, na manutenção de uma postura que tanto o distancia quanto diferencia de quem o procura.
Para que se reduza a angústia deste que se propõe a ajudar, é necessário que ele aceite e respeite o direito do outro de responsabilizar-se pelo próprio crescimento, que aceite que este caminho favorece a ajuda sem sofrimento, a vivência prazerosa do contato e da troca e o alívio do peso de se considerar o único responsável pelo cuidar da vida. É necessário exercer a compaixão, estendendo ao outro o respeito dedicado aos próprios processos.
Para reduzir a angústia daquele que busca a ajuda, é necessário lembrá-lo de que culpabilizar o externo ou o acaso por sua dor, torna a compreensão mais distante e a angústia mais dolorosa. É necessário pontuar que é ele o responsável pelo seu processo, por sua dor, por sua história, trajetória e momento de vida e lembrá-lo de que o assumir do compromisso consigo, propicia o encontro com a cura, diminui o sofrimento e permite o aproveitamento da doença como experiência de crescimento.
Enquanto o indivíduo se mantém na posição de vítima e culpa o meio, o externo ou o acaso pelos sofrimentos que o acometem, mais dolorosa se torna sua angústia, mais penoso se torna o trabalho daquele que, com a pretensão de propiciar a cura, acolhe o angustiado e vive o sofrimento e a obrigação de sanar, de aliviar, de cuidar da vida.
Uma angústia menor no Curador, associada a uma angústia menor naquele que busca a cura, favorece a troca, amplia os níveis de percepção de um e de outro e facilita a descoberta e o entendimento das trajetórias. O conselho, a indicação e a aceitação da terapêutica fluirão, então, como flui a vida, como fluem os objetivos de saúde almejados pela Alma. Fluirão como fluem, pelo Universo, o conhecimento e o saber.
Sentir assim a função de ajuda potencializa, em todos, o desenvolvimento de uma responsabilidade ainda maior: a de ativar o nascimento e a fé no Amor, a crença na Verdade do Homem, a compreensão de que o aproveitamento da doença traz a cura. Esta forma de sentir estimula ainda mais o desejo do conhecimento, valoriza o curador e quem busca a cura, ameniza a angústia de quem quer ajudar e de quem necessita ajuda.
A cura é conquista própria! Aos curadores cabe confiar que foram preparados para estimular harmonização e autocura. O sentimento de obrigatoriedade de curar impede que se perceba o caminho da verdadeira cura.
O Curador que busca estar de acordo com sua Alma, com seu Espírito, contacta mais facilmente a Alma, o Espírito, daquele que busca a cura... ambos se desenvolvem!

Chang Ling, por Nereida Fontes Vilela

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Compreendendo a Leitura Corporal I

A busca do equilíbrio entre o Ser e o Expressar
Com uma nova visão da vida, do corpo e do adoecer, a Leitura Corporal oferece a possibilidade de se alcançar o estado de saúde não pela supressão dos sintomas, mas pela tradução e entendimento das manifestações corporais, pelo caminhar constante dentro de um processo evolutivo. Imagine a vida como uma viagem por um mundo novo e desconhecido. Uma viagem que começa num ponto bem definido e deve chegar a um destino escolhido. Sinta seu corpo como o veículo que o conduz nesta jornada rumo a um novo ponto de partida, para uma outra etapa de evolução. Agora, sinta e pense na estrada. Pense nas surpresas, imprevistos, atalhos e curvas que podem constituir o trajeto... Pense nos bons e nos maus trechos do caminho, nas pequenas e nas grandes conquistas, nos prováveis acidentes de percurso... Pense nas experiências que são acumuladas e nos contatos, de toda espécie, feitos durante a viagem. Sinta e pense no seu veículo quando numa estrada livre e segura, quando numa estrada sinuosa e difícil, quando mudam as condições do meio ou do tempo... Pense nos sentimentos vividos quando você é convidado a prosseguir, quando é chamado ou obrigado a rever, a modificar e até a interromper sua trajetória....

Na visão da Leitura Corporal, o corpo - veículo da expressão - vive, registra, reage, reflete e revela os experimentos e os aprendizados do Ser, em sua grande viagem no mundo físico. Quando surgem desvios em nossa trajetória, impedindo a movimentação livre, a manifestação genuína ou o exercício da escolha, quando forçamos o ritmo ou abandonamos nossos reais objetivos - aqueles únicos, que trariam realização e prazer ao Interno - o corpo emite sinais, gera sensações ou produz sintomas que ativam a capacidade da autopercepção, permitindo a identificação do que incomoda e a revisão do percurso. Com suas manifestações, o corpo nos convida a rever o momento ou toda a história, a perceber onde e quando nos desviamos da rota principal, o por quê de darmos voltas ao invés de nos dirigirmos ao nosso ponto de destino. Fazendo a leitura do nosso corpo, podemos entender que os sinais, chamados de incômodos ou de doenças, não representam um momento de fraqueza ou punição, mas a oportunidade de identificação do que precisa ser reavaliado e trabalhado nos planos da emoção e do comportamento, para que possamos retomar o estado de coerência entre o que desejamos e buscamos, entre o que queremos e fazemos, entre o que sentimos e expressamos. Assim, as manifestações do corpo físico exercem sua função de sinalizadoras dos processos de auto conhecimento e evolução. Quando acolhidas, compreendidas e validadas, nos indicam o caminho que devemos percorrer para que haja o aprimoramento, um bom aproveitamento das experiências, da vida, das experiências desta vida, da encarnação. À luz da Leitura Corporal, o corpo físico manifesta adoecimentos quando o indivíduo já está em processo de busca da cura, de revisão do percurso, de localização e reorganização daquilo que não está adequado, daquilo que falta ou que não mais satisfaz às necessidades internas. A Leitura interpreta as formas do corpo e suas associações, suas manifestações e as doenças. De forma especial, observa a associação das sensações e dos sintomas com os processos emocionais, com as dificuldades e os conflitos vividos antes e durante o adoecer. Por entender que o sofrimento físico acontece para liberar impulsos e fluxos de energia estagnados ou viciados, vê a saúde como o estado de harmonia e coerência entre o Ser e o Estar, entre o sentir e o expressar, e a doença como um instrumento de purificação e de reconquista da saúde. Aceita as manifestações do corpo físico como mecanismos de busca de cura do Interno, da Alma, do Ser em seu aprendizado e evolução. Não partilha da visão, hoje generalizada, de que a dor, a doença e o sofrimento nascem, principalmente, da ação de mecanismos externos, nos transformando em vítimas passivas e sem recursos próprios e eficientes no desenvolvimento dos processos de cura.


Fazendo a leitura do nosso corpo, podemos entender que os sinais, chamados de incômodos ou de doenças, não representam um momento de fraqueza ou punição, mas a oportunidade de identificação do que precisa ser reavaliado e trabalhado nos planos da emoção e do comportamento.


Venho desenvolvendo a Leitura Corporal, há aproximadamente 15 anos, com o propósito de ampliar a prática fisioterápica. Foi no desejo de entender o porquê das recidivas, o porquê de sintomas e lesões semelhantes não melhorarem da mesma forma sob um mesmo tratamento, que surgiu o movimento de disponibilizar os sentidos para a percepção dos indivíduos, para a identificação das emoções e sentimentos que acompanhavam a manifestação, para tecer as informações e estabelecer correlações. A experienciação mostrou que na forma individualizada de adoecer haviam semelhanças, que correlações existiam, e que eram claras: para diagnósticos iguais, emoções e sentimentos similares, sintomatologias diferentes, reações e respostas distintas. Foi possível, e ainda é possível, fazer subgrupos, relacionando sintomas, biotipos e formas de viver e sentir um incômodo ou sofrimento, relacionando sintomas e sentimentos básicos, como o medo, a paixão, a insegurança, etc.

O corpo físico manifesta adoecimentos quando o indivíduo já está em processo de busca da cura, de revisão do percurso, de localização e reorganização daquilo que não está adequado, daquilo que falta ou que não mais satisfaz às necessidades internas.

Destes ensaios... a certeza de que a origem dos sintomas, das doenças, está nos sentimentos, nos comportamentos, na história, nos momentos vividos. A certeza de que as doenças tomam formas individualizadas, que a cura ou a forma de curar é de cada um. Mais alguns passos, e a percepção da presença da energia, da força da vida, dos fluídos que configuram, plasmam e modelam o corpo, fazendo evidentes outros corpos, trazendo à tona a vida que perpassa e sustenta a vida biológica. Outros tantos passos, e o contato com o mundo interno, com as vibrações do sentir, com a expressão da corporeidade, com o intuir, com o pensar, com o experimentar. Junto, o encontro com o Mestre... O encontro com o Conhecimento. Daí a busca, cada vez mais aprofundada, da significância dos sintomas e do entendimento das emoções na vida das pessoas, dos pacientes. Todo o conteúdo da Leitura Corporal, vivenciado pelo raciocínio lógico, pelo sentimento e pela intuição, é experimentado, traduzido e transmitido nas práticas terapêuticas e pedagógicas do Núcleo de Terapia Corporal, em Belo Horizonte. O Núcleo é formado por um grupo transdisciplinar de profissionais que atende a um número crescente de pessoas com quadros clínicos já instalados ou que procuram tratamento preventivo através do auto conhecimento. Neste trabalho, a equipe do NTC elabora - torna assimilável - as associações entre aquilo que o corpo apresenta como incômodo, manifestação ou seqüela e os hábitos, comportamentos, emoções, sentimentos e experiências de vida que antecederam ou conduziram àqueles momentos de desconforto e sofrimento. A prática diária reafirma que o relacionar incômodos e estados internos, o aceitar viver as emoções e os sentimentos, o tornar-se consciente, assumindo e evoluindo o próprio processo, suscita o poder da auto-cura. Os procedimentos terapêuticos do NTC - boas conversas, massagens, homeopatia, fitoterapia, práticas e exercícios, cursos, incentivo à experimentação contínua do amor por si mesmo e do prazer - objetivam trazer à superfície a consciência dos conflitos e das emoções bloqueadas, estimulam o processamento e a movimentação da energia estagnada, que, ao ser tocada, vibra a memória da saúde, assinalando as dificuldades que levaram ao adoecer, revelando o caminho da cura. O corpo caracteriza os níveis de comprometimento da saúde de forma precisa. O acometimento de estruturas mais superficiais ou mais profundas gradua a distância entre o que é sentido e o que expresso, revelando o grau de inadequação do caminho que escolhemos. Se acolhemos a idéia de que somos nós que geramos nossos distúrbios e doenças ou que somos nós que permitimos a evolução dos processos que levam ao adoecimento, somos levados a concluir que só o processo interno de compreensão pode nos proporcionar a cura, que a saúde se instala na integração entre o Ser e o Expressar. Não existe aqui a apologia ao sofrimento, à dor ou à manutenção de doenças como forma de crescimento. O que a Leitura Corporal preconiza é que deveríamos nos aliar à doença antes de combatê-la. Esta aliança permite a compreensão de todos os aspectos que envolvem a manifestação, facilitando a descoberta dos desvios que nos levaram àquela forma ou momento de dor.

O corpo não foi feito para o sofrimento. Foi concebido para nos dar prazer, nos conduzir numa trajetória de aprendizado através da experiência, ser nosso veículo de comunicação e de realização. Existe para nos sinalizar sempre que se faça necessária a retomada do caminho, o reencontro consigo e com o universo do sentir, o reaprendizado da vibração do prazer na experiência da vida...


Elaboração: Nereida Fontes Vilela e equipe
Fonte: SEJA! Leitura Corporal em Revista - Edição nº 1 – Fevereiro / 2000

Leitura Corporal | De que falamos

A Leitura Corporal descreve as funções emocionais dos segmentos e das estruturas corporais e estuda as associações que existem entre as manifestações do Corpo Físico e os processos psíquicos e sensoriais do Ser Humano. Sustentada na afirmação de que o corpo vive, regista, reage e revela a história individual, a Leitura Corporal relaciona as formas e a funcionalidade do corpo, os traços fisionómicos, as posturas, as sensações e os sintomas físicos aos conteúdos mentais e às particularidades comportamentais e estabelece um paralelo entre a linguagem do corpo, o estado de saúde, as disfunções orgânicas e o auto-conhecimento. Por entender que a saúde decorre da livre movimentação dos impulsos internos e da expressão original e espontânea das emoções, sentimentos e vontades vividas, concebe as manifestações corporais como traduções do desejo e da vontade e como orientadoras do como agir e actuar. Vê, nos desconfortos e adoecimentos, a sinalização de que existe insatisfação e do como satisfazer-se. A Leitura Corporal avalia os desequilíbrios energéticos e os adoecimentos como reflexos da contenção, da limitação dada à experimentação do prazer e das distâncias criadas entre o Ser e o Estar e entre o Sentir e o Expressar, e identifica a doença como um mecanismo que ajuda na localização dos conflitos emocionais, facilita o entendimento dos processos pessoais, estimula a auto-aceitação e a reorganização do pensamento e da actuação.Tem o propósito de mostrar que a aprendizagem e o exercício do conhecimento e do convívio com o corpo, a leitura e a compreensão de suas manifestações, são instrumentos para a prevenção e evolução da saúde nos planos físico e subtis. A Leitura Corporal confia que cada sinal ou conformação física traz o seu significado e permite a percepção do saudável e do adoecido, apontando o caminho para o re-equilíbrio e para a clareza, para a assimilação e aproveitamento de cada experiência vivida. Entende que o relacionar incómodos e estados internos, o aceitar viver as emoções e os sentimentos, o tornar-se consciente, assumindo e evoluindo o próprio processo, suscita o poder da auto-cura.